Acabo de voltar de um retiro,
entre as diversas atividades e palestras, rolou um “papo de macho”, fizemos um círculo,
apenas com homens, colocamos nosso pastor e outro membro da minha igreja (o mano JJ) no
meio do círculo e disparamos as mais diversas perguntas, expondo nossas dúvidas
sem vergonha alguma. Foi um papo proveitoso.
Grande parte da pessoas que compunham
este círculo, eram homens que estavam na igreja e na caminhada cristã a algum
tempo, possuíam dúvidas simples de serem respondidas. Fiquei muito feliz em
vê-los expondo suas dúvidas e sendo respondidos de forma humilde e simples.
Após este papo, em uma roda de
amigos, conversávamos sobre algumas deficiências que as pessoas possuíam dentro
de seus círculos religiosos e algumas dúvidas que possuíamos a respeito de
questões bíblicas. Entre desabafos e confissões, pude notar que grande parte
das pessoas – dentro de meu círculo de amigos – não se sentem à vontade de realizar
questionamentos ou pedir esclarecimento de suas dúvidas, pois sua vergonha as
bloqueiam, possuem medo de serem julgadas.
Talvez, isto se dê ao fato de que
uma parcela daqueles que se julgam “intelectuais”, possuem um nível alto de
arrogância e sarcasmo, gerando nos outros um bloqueio, criando medo de expor
suas dúvidas e serem respondido de forma leviana e/ou constrangedora. Incluo-me
entre as pessoas que as vezes se exaltam ao responder algo que não aceito ou
julgo como correto dentro as minhas convicções, mas pela graça de Cristo, tenho
conseguido controlar este comportamento, deixando a arrogância de lado e
buscando entender e aprender com ponto de vista alheio. Nesta “brincadeira” já
aprendi várias coisas que agregaram positivamente. Já obtive várias respostas
duras, que me cauterizaram em relação a determinadas pessoas.
Também é possível encaixar no “grupo
dos tímidos”, pessoas que não dão o braço a torcer, não querem demonstrar
fraqueza ou ignorância a respeito de algo, negando que possuem dúvidas sobre
algum assunto. Geralmente este grupo é composto por pessoas que possuem muitas
expectativas depositadas sobre eles (como já conheci alguns que passam por
isto). Esta arrogância, deve ser o motivo pelo qual várias pessoas procuram ser
autodidatas, não querendo ajuda de terceiros.
Enfim, diante destas observações,
cheguei a uma conclusão: o mundo seria um lugar muito melhor se fossemos mais paciente
e menos arrogantes. Admiro quem, mesmo tendo um grande conhecimento, consegue
responder de maneira humilde aos que possuem dúvidas. Entretanto, diariamente,
o que observo são pessoas que querem provar que sua teologia é muito melhor e
que as outras merecem ser massacradas junto com seus seguidores, ao invés de
apenas apresentar o porque de seus respectivos pontos de vista, mas o confronto
direto é muito mais satisfatório para seus egos. Isto pode se aplicar todo tipo
de assuntos relacionados ao conhecimento sobre algo. É utopia acreditar que um
dia isto vá mudar, entretanto pequenas mudanças podem causar grandes efeitos.
Finalizo com uma frase do meu
pastor, durante o papo de macho:
“Não sei todas as coisas. Vou
responder o que eu souber e vocês podem ir me ajudando. O que não soubermos
vamos pesquisar depois.” — Argeu Dourado.
Atenciosamente,